É “mentira deslavada” que STF quer acabar com operações contra corrupção, diz ministro Dias Toffoli

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O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, disse na segunda-feira que "é uma pergunta desavergonhada que diz que uma decisão levará ao fim desta ou daquela operação". A afirmação foi feita na abertura do Seminário sobre Transparência e Combate à Corrupção, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Rio de Janeiro (RJ).

O ministro participou do primeiro painel da reunião, que teve como tema os impactos da corrupção no Brasil, e enfatizou que o que acontece é exatamente o contrário: o Judiciário tem sido fundamental no amadurecimento do Estado brasileiro no combate à corrupção . "A maneira de enfrentar a corrupção com efetividade é a que tem sido perseguida nos últimos anos: maturidade institucional, evolução legislativa, harmonia e independência dos Três Poderes da República e das instituições essenciais à Justiça e ao Estado brasileiro", afirmou.

Como exemplo desse processo, o ministro lembrou os pactos republicanos realizados entre os chefes dos Três Poderes em 2004 e 2009, que resultaram, entre outras medidas, na Lei de Transparência, na Lei de Acesso à Informação, na Lei Anticorrupção e o Ato de Combate às Organizações Criminais. Esses instrumentos, segundo Toffoli, modernizaram o direito penal criminal e processual e permitiram investigações para combater a corrupção. "Como você pode ver, foi o próprio Judiciário, juntamente com o Parlamento eo Executivo, que facilitou a criação de estruturas legais que permitiram investigações como as que vemos hoje", disse ele. "Mente quem diz que uma decisão levará a um fim para isto ou aquilo."

Quanto à decisão que determinou a competência do Tribunal Eleitoral para processar e julgar crimes comuns que estão ligados a crimes eleitorais, ele apontou que o STF reiterou a jurisprudência de mais de 50 anos.

Desenvolvimentos normativos

Segundo Dias Toffoli, os resultados nesse campo não são obra de certas pessoas, "muito menos heróis ou salvadores da pátria", mas o desdobramento de um processo contínuo de evolução normativa e constitucional. "O Estado brasileiro está cada vez mais demonstrando que o funcionamento das instituições, inseparável da liberdade de imprensa, se traduz no amadurecimento da nossa democracia e na purificação ética do nosso processo político. Vamos ter certeza de que o Judiciário continuará a agir com firmeza. na luta contra a corrupção ", concluiu.

CF / EH
Foto: Abdias Pinheiro / Agência CNJ

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