MPF denuncia Temer por lavagem em reforma na casa de sua filha

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MPF denuncia Temer por lavagem em reforma na casa de sua filha

O Ministério Público Federal em São Paulo denunciou nesta terça-feira (2/4) o ex-presidente Michel Temer (MDB) por lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, o ex-presidente usou dinheiro da corrupção e desvios do trabalho da Usina de Angra 3, em Angra dos Reis (RJ), para pagar a aposentadoria na residência de sua filha Maristela Temer, no valor de R $ 1.6 milhão. O trabalho ocorreu de 2013 a 2015.

Na semana passada, Michel Temer tornou-se réu em três processos criminais.
Valter Campanato / Agência Brasil

Além de Temer e sua filha, o coronel João Batista Lima Filho e sua esposa, Maria Rita Fratezi, também foram denunciados. Ambos são parceiros da Argeplan, que fez a maioria dos pagamentos do trabalho. Todos foram denunciados por lavagem de dinheiro.

"Existem diálogos que foram obtidos por meio de medidas de busca que indicam conversas da Sra. Maria Rita [controladora da Argeplan] e a senhora Maristela [filha de Michel Temer] e que demonstram que a Sra. Maria Rita relatou à Sra. Maristela dados relativos ao trabalho realizado sob a coordenação da Argeplan e a Sra. Maristela responde a fim de levar a autorização de gastos para o pai ", disse Lucio Mauro Carloni.

Segundo o MPF, o relacionamento de Temer com a Argeplan é de mais de 30 anos. Segundo os promotores, à medida que Temer crescia politicamente, a companhia do coronel passou a desfrutar de grandes contratos públicos, especialmente quando Temer assumiu a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo após o massacre do Carandiru em 1992.

O MPF observa que o escritório da Argeplan na vila da Madalena, a oeste da capital, foi o local para entregar duas remessas pagas em 2014 pela JBS e pela Odebrecht, no valor de R $ 2,4 milhões.

Também na terça-feira, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, aceitaram duas acusações contra Michel Temer. Com isso, Temer tornou-se réu por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro por desvios na Eletronuclear.

Na última quinta-feira (28/3), o ex-presidente tornou-se um réu na Justiça Federal em Brasília por corrupção passiva no caso em que seu amigo e ex-assessor Rodrigo Rocha Loures foi pego com uma mala de dinheiro da JBS.

Relatórios precipitados

Em uma nota, os advogados Cristiano Benzota e Maurício Leite, que defendem o coronel Lima e Maria Rita Fratezi, disseram que as denúncias do MPF foram precipitadas – no caso do Rio de Janeiro, ou no caso de São Paulo – desde os registros da investigação da investigação portuária e seus desdobramentos " Ficou por mais de quarenta dias com o Gabinete do Procurador Geral. "

"Mesmo após extensa avaliação, ele os enviou para a primeira instância para realizar investigações policiais, demonstrando que não havia provas dos supostos crimes e, no máximo, apenas a necessidade de continuidade das investigações, que nem sequer foram realizadas. "

Já a advogada de Maristela Temer, Fernando Castelo Branco, disse que não havia preocupação por parte do MPF em verificar a veracidade dos fatos. Segundo a advogada, Maristela já esclareceu o caso quando foi ouvida pela polícia. "A origem dos valores utilizados para a reforma de sua residência é legal e Maristela Temer nunca participou de nenhuma conduta voltada à lavagem de dinheiro".

Prisão preventiva

Dread foi preso preventivamente em 21 de março, com base na cerimônia de premiação de José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, em um processo que investiga o pagamento de US $ 1,1 milhão de propina a políticos em troca de um contrato para a construção da usina nuclear de Angra 3. A determinação veio de Bretas, porque ele entendia que os crimes pelos quais ele era acusado eram sérios.

Quatro dias depois, na segunda-feira (25 de março), o juiz Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, concedido Habeas Corpus ao ex-presidente Michel Temer afirmando que "não há justificativa no artigo 312 do Código de Processo Penal para a segregação preventiva". Com informações da Agência Brasil.

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