MARK AURELIO, ministro do Supremo Tribunal Federal, disse na sexta-feira que o 55º aniversário do golpe militar de 1964 não deveria ser celebrado, como o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ordenou.
"Não há espaço para comemoração. Há espaço para recordação", disse Marco Aurélio aos repórteres em seminário em homenagem ao professor Paulo Cezar Pinheiro Carneiro da UERJ, organizado pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro na capital paulista. .
Bolsonaro ordenou que as Forças Armadas comemorassem o 55º aniversário do golpe militar de 1964 no domingo. Na quinta-feira (28/3), o presidente recuou e afirmou que não enviou os quartéis para celebrar a data, mas a ordem era "lembrar" e "rever o que está certo e o que está errado" no período. No entanto, nesta segunda-feira (25/3), o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou que Bolsonaro ordenou ao Ministério da Defesa que fizesse as "devidas comemorações" do aniversário do início do regime militar. .
A ordem de Bolsonaro gerada rever Ordem dos Advogados do Brasil, Defensoria Pública Federal e Ministério Público Federal. Em uma ação civil pública, a DPU solicitou que fosse feita uma liminar para proibir a União de promover comemorações de aniversário do golpe militar e gastar recursos para esse fim, uma vez que o regime violou vários direitos e garantias fundamentais dos brasileiros. O MPF assinalou que celebrar "um regime inconstitucional e responsável por graves crimes de violação dos direitos humanos" pode constituir um ato de impropriedade administrativa.
Segurança jurídica
No evento, Marco Aurélio também disse que em tempos de crise, precisamos ter mais ortodoxia. Esta é a única maneira de obter segurança jurídica, indispensável para a paz social.
"A ortodoxia é um maior apego ao direito positivo. Amar um pouco mais a lei fundamental do país, que é a Constituição Federal, que todos submetem indiferentemente – submete o Legislativo, submete o Executivo, submete o Judiciário. Guarda, que é o Supremo Tribunal Federal ", explicou o ministro.