OAB do Rio de Janeiro repudia comemorações do golpe de 1964

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A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro gritou as entidades interessadas sobre a medida do governo de Jair Bolsonaro (PSL) para comemorar o golpe militar de 31 de março de 1964, exatamente 55 anos atrás, que iniciou o regime de exceção que permaneceu em do país até 1985. Por meio de uma nota, a OAB-RJ repudiava "qualquer alusão festiva ou comemoração" referente ao momento histórico.

"Se é para se manter vivo em 31 de março, para que nunca o esqueçamos, evitando que ele se repita", diz o texto assinado pelo presidente Luís Guilherme Vieira e pelo secretário-geral da Comissão de Defesa do Estado Democrático de Direito, Reinaldo Santos de Almeida. Segundo eles, negar a história é negar a nação.

Ao reafirmar o compromisso com a democracia, a liberdade, o estado de direito, a comissão chamou o evento que o presidente Jair Bolsonaro celebra, "um episódio triste em nossa história recente". "A morte dos brasileiros, a barbárie instalada, o medo e a tortura não podem ser apagados e, da mesma forma, não podem ser exaltados. A celebração é sinal da sociedade e do sacrifício daqueles que acabaram de defender suas idéias", enfatizam.

O Conselho Federal da OAB também tomou posição sobre o assunto. O corpo nacional e o Instituto Vladimir Herzog apresentou uma queixa às Nações Unidas contra os atos de "glorificação" da ditadura pelos ex-militares. Ambos Pediram a abertura de um procedimento pela comissão brasileira na ONU em Genebra para acusar Bolsonaro com explicações de seu apoio ao regime ditatorial.

Aniversário da festança

Bolsonaro defendeu repetidamente agentes ou métodos violentos de ação da ditadura. Na última segunda-feira (25/3), o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que Bolsonaro, capitão do Exército aposentado, ordenou que o Ministério da Defesa fosse celebrado em 31 de março.

A medida foi contestada em juízo e acabou sendo banida pelo tribunal federal em Brasília. A juíza Ivani Silva da Luz, do 6º Vara, proibiu a celebração do 55º aniversário do golpe militar nesta sexta-feira (29/3). Segundo o magistrado, o ato administrativo contestado é incompatível com o processo de reconstrução democrática promovido pela Assembléia Nacional Constituinte de 1987 e pela Constituição Federal de 1988.

No entanto, a caixa Maria do Carmo Cardoso, do TRF-1, liberado, neste sábado (30/3), as celebrações. Ela entendeu que a medida do governo federal está dentro do alcance dos poderes do governo. Para ela, ainda assim, não houve violação da legalidade nem dos direitos humanos.

Na quinta-feira (28/3), Bolsonaro mudou de tom em resposta à repercussão negativa que teve e disse que a ideia não era comemorar, mas lembrar o movimento golpista. O texto circulado nas Forças Armadas e produzido pelo Ministério da Defesa retoma a narrativa adotada pelo alto oficial brasileiro pós-1985, segundo a qual os militares agiram de maneira constitucional ao depor o presidente João Goulart, atendendo aos anseios da população e do povo. pressione. Ele não trata o regime como uma ditadura, mas afirma que evitou "uma escalada em direção ao totalitarismo" que seria motivado pelas forças esquerdistas que apoiavam Goulart.

ler aqui a nota inteira.

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