OAB vai à ONU cobrar explicação de Bolsonaro sobre defesa do golpe

Constituição precisa de menos texto, defende ministro Dias Toffoli
Constituição precisa de menos texto, defende ministro Dias Toffoli
30 de março de 2019
Superior Tribunal de Justiça - O Tribunal da Cidadania
Tribunal da Cidadania condena cancelamento do bilhete de volta em caso de no show
30 de março de 2019
Exibir tudo
DPU e MPF dizem que celebrar golpe pode configurar improbidade

As repetidas defesas do golpe militar de 1964 pelo presidente Jair Bolsonaro foram denunciadas às Nações Unidas nesta sexta-feira (29/3). O Conselho Federal da OAB e o Instituto Vladimir Herzog apresentaram uma queixa contra a ONU contra atos de "glorificação" da ditadura pelos ex-militares.

Durante o mandato de Bolsonaro como deputado, sua posição era contra os direitos fundamentais, dizem as instituições.

As entidades pedem a abertura de um procedimento pela comissão brasileira na ONU em Genebra para acusar Bolsonaro com explicações sobre seu apoio ao regime ditatorial que durou no Brasil de 1964 a 1985.

No próximo domingo, 31 de março, 55 anos da tomada militar no Brasil, o início dos "anos de chumbo" será concluído. O regime durou 25 anos.

Na aplicação, para o qual o Com júri As entidades ressaltaram que, durante três décadas, a posição de Bolsonaro como parlamentar era contra os direitos fundamentais, especialmente em relação ao período ditatorial. Eles citam como exemplo a "glorificação chocante" que Bolsonaro fez ao Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e também o cartaz que ele mantinha na entrada de seu escritório zombando da busca por corpos das vítimas na Guerrilha. do Araguaia, dizendo: "quem procura ossos é um cachorro".

A principal queixa das instituições é que agora, como presidente, Bolsonaro tenta "modificar a narrativa sobre o golpe de estado", principalmente por meio de instruções do porta-voz da presidência. Eles dizem que o governo de alto escalão, composto em grande parte por militares, tenta "transmitir uma mensagem positiva sobre o período, desconsiderando as atrocidades cometidas pelo respectivo regime". "A glorificação do regime de terror não encontra abrigo no Estado Democrático de Direito, especialmente em nosso país que tem Constituição democrática e é signatário de vários tratados internacionais de direitos humanos", afirmam.

Além disso, dizem que usar a máquina pública para "defender e celebrar as atrocidades caracteriza uma violação dos tratados que o Estado brasileiro aceitou para retornar à democracia". O documento indica possível improbidade administrativa e violação do artigo 5 da Constituição.

No documento, as organizações ainda pedem à ONU que expresse suas opiniões sobre "a importância do direito à memória sobre as atrocidades ocorridas durante o regime militar (1964-1985) e para evitar uma tentativa de revisionismo".

.

Deixe um comentário