Uma reunião na Sala do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (11) com representantes de 40 instituições que trabalham em prol dos direitos da primeira infância marcou o início do trabalho do Pacto Nacional pela Primeira Infância. A iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pretende unir esforços do Sistema de Justiça, órgãos públicos do Poder Executivo e entidades do terceiro setor e da academia para efetivar os direitos previstos na legislação para a população brasileira com menos de 6 anos de idade , a faixa etária mais importante para o desenvolvimento de uma criança.
Segundo o presidente do STF e do CNJ, ministro Dias Toffoli, o momento único de desenvolvimento neurológico e afetivo nessa etapa da vida é decisivo para a formação social do ser humano, o que justifica o atendimento prioritário a esse público estabelecido pelo governo. Constituição Federal. "É com o objetivo de buscar a articulação e alinhamento das ações desenvolvidas pelos órgãos, entidades e instituições aqui presentes que vamos construir o" Pacto Nacional pela Primeira Infância ", através do qual ações coletivas serão realizadas visando "no aprimoramento da infra-estrutura necessária para a proteção do interesse da criança, especialmente nos primeiros seis anos de vida, sem negligenciar a gestação, que é uma fase fundamental para o bom desenvolvimento humano", afirmou o ministro na abertura do estudo. a reunião.
Embora o Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257) tenha sido promulgado em 2016, com um conjunto de diretrizes para políticas públicas voltadas a crianças dessa faixa etária, os direitos fundamentais não estão sendo totalmente garantidos a esse segmento da população, segundo a manifestações dos especialistas presentes na reunião desta quinta-feira (11). Em relação ao direito à educação, "70% das crianças brasileiras com até 3 anos de idade não estão matriculadas em creches", afirmou Eduardo Queiroz, secretário de Articulação e Parcerias do Ministério da Cidadania.
Uma das grandes "desgraças" do defensor público que representa cidadãos sem seguro que se voltam para a justiça em busca de direitos é a falta de cumprimento da lei pelo país para a primeira infância. "Não adianta em boa legislação se não o fizermos efetivamente na prática", afirmou o representante do Colégio Nacional de Defensores Públicos (Condege) na reunião, defensor público Adriano Leitinho.
Para ajudar a reverter essa situação, o Pacto Nacional pela Primeira Infância prevê um cronograma com ações até 2020. O curso terá a função de sensibilizar 23.500 pessoas que trabalham na área. Três cursos a distância estão planejados para psicólogos, assistentes sociais e funcionários públicos, bem como uma atividade de treinamento cara-a-cara projetada para treinar os profissionais da lei.
Discutir os temas relacionados à primeira infância entre profissionais e especialistas da área será o objetivo de uma série de seminários regionais que o CNJ promoverá em cinco capitais entre junho deste ano e abril do próximo ano. O público do primeiro encontro, a ser realizado em Brasília no final de junho, pertence à região Centro-Oeste. As entidades parceiras do CNJ na implementação do Pacto se comprometeram a indicar possíveis locais para os demais eventos.
Alterar
Grupos setoriais formados com instituições representadas no pacto discutirão propostas normativas que alterem o funcionamento da Justiça e sugestões de mudanças na legislação. Versões preliminares dos novos regulamentos devem ser enviadas ao CNJ até novembro deste ano, e os projetos de lei devem ser submetidos ao Congresso Nacional em março de 2020.
Um grande seminário nacional sobre a primeira infância está previsto para o próximo ano. Em junho, o CNJ espera reunir, em Brasília, cerca de 1.500 pessoas, entre advogados e técnicos, que atendem crianças menores de seis anos em todo o país.
Campanha
Para divulgar e dar visibilidade a todas as ações previstas no Pacto Nacional pela Primeira Infância, o CNJ lançará uma campanha de comunicação institucional. Peças de publicidade, material jornalístico e conteúdo para redes sociais serão transmitidos em diferentes mídias e plataformas digitais entre junho de 2019 e julho do próximo ano.
Segundo o coordenador do trabalho e secretário especial de Programas, Pesquisa e Gestão Estratégica do CNJ, o juiz Richard Pae Kim, apesar de a ação mobilizar todas as unidades do CNJ, “a ideia é construir juntas todas as etapas do projeto, que será um trabalho de todas as 40 agências parceiras ", disse o magistrado do CNJ. O conjunto de iniciativas será financiado pelo Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, que escolheu a proposta do CNJ para seleção pública pelo governo federal.
Vários representantes destacaram a oportunidade da época de selar o Pacto Nacional pela Primeira Infância. Segundo Ely Harasawa, Secretária Nacional de Promoção do Desenvolvimento Humano do Ministério da Cidadania, a iniciativa "foi o elo perdido entre os Três Poderes, uma grande oportunidade para reduzir as desigualdades e quebrar o ciclo da pobreza", afirmou. O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, colocou-se à disposição do projeto para "colaborar em prol de uma agenda positiva, tantas vezes suplantada nas redes sociais por uma agenda negativa", afirmou.
Fonte: CNJ
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